A visita da Secretária de Estado da Saúde ficou marcada pela assinatura de um protocolo entre a Câmara e o Hospital de Barcelos para a doação de 22 camas com colchões e oito macas hidráulicas para a urgência daquela unidade, tendo o acordo sido homologado pela governante.
A Ex.ma Sra. Secretária de Estado da Saúde, Rosa Valente de Matos, visitou ontem, 26 de abril, o Hospital de Santa Maria Maior, tendo sido acompanhada pelo Presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Miguel Costa Gomes, pelo Presidente do Conselho de Administração do Hospital, Joaquim Barbosa, e pelo Presidente da ARS-Norte, Pimenta Marinho.
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O DISCURSO DO SR. PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO HSMM
“Ex.ma Sra. Secretária de Estado da Saúde
Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Barcelos
Ex.mo Sr. Presidente do Conselho Diretivo da ARS Norte
Srs. Deputados à Assembleia da Republica aqui presentes
Demais autoridades civis e religiosas, Sr. Prior de Barcelos
Diretores de Serviço, chefias de enfermagem e outras, profissionais do HSMM
Sras. e Srs.
É com enorme satisfação e profundo agradecimento, Sra. Secretária de Estado da Saúde, que a recebemos hoje, neste hospital e nesta cidade, dia de feira semanal e já em plenas festividades das cruzes.
É uma honra podermos contar com a sua visita, que constitui desde logo a resposta da tutela para um anseio há muito desejado e agora concretizado, a atribuição da verba para a instalação do equipamento de TAC.
Mas a visita de Sua Excelência constitui-se também como um estimulo muito importante para continuarmos a desenvolver o nosso trabalho, concretizando a nossa missão, que é sempre bom recordar, é a de prestarmos cuidados de saúde de qualidade à população da área de influência do hospital, num quadro de eficiência, respeitando os princípios da humanização e promovendo uma cultura de forte espirito de grupo.
Sra. Secretária de Estado
O Hospital Santa Maria Maior constitui-se como um hospital de reduzida dimensão, com os constrangimentos e dificuldades da estrutura física que são conhecidos, mas com um forte compromisso e envolvimento dos profissionais para os resultados que temos vindo a alcançar. O comprometimento institucional dos nossos profissionais tem permitido nos últimos anos uma consolidação dos seus indicadores de gestão, que têm posicionado o hospital como o melhor dos hospitais do Grupo B do SNS. A sua performance de gestão tem sido assim objeto de reconhecimento por entidades externas independentes, no caso o prémio Top Five dos Hospitais do SNS, o ultimo dos quais em 2017, que premiou a consistência da gestão dos últimos três anos.
Já final de 2017, de acordo com os dados os dados da Administração Central do Sistema de Saúde, o HSMM continua a apresentar níveis muito satisfatórios de eficiência interna, nomeadamente em termos de produtividade dos nossos recursos humanos:
Situamo-nos em 1º lugar no indicador Doente Padrão/Médico ETC; 2º lugar no indicador Doente Padrão / Enfermeiro ETC; 1º lugar no indicador Custos Operacionais / Doente Padrão e 1º lugar no indicador Custos C/ Pessoal / Doente Padrão.
A obtenção destes indicadores só tem sido possível com uma alocação rigorosa dos recursos humanos e financeiros disponíveis e através de um aproveitamento exaustivo dos espaços físicos existentes, o que tem também permitido atenuar os fortes constrangimentos que a estrutura física impõe.
Recrutamos desde logo os nossos profissionais médicos com um grande compromisso para os indicadores de produção, com o aproveitamento adequado dos seus horários de trabalho, um trabalho notável que tem vindo a ser realizado pelo Sr. Diretor Clínico, Dr. Rui Guimarães.
Na atividade cirúrgica temos também progredido na nossa eficiência interna. Aproveitamos desde 2017, a 100 % a capacidade instalada do Bloco Operatório, isto é, de segunda a sexta-feira entre as 8 h e as 20 h em produção de base, o que só foi possível com o esforço dos nossos profissionais e desde logo das respetivas lideranças. Uma palavra de apreço e de profundo reconhecimento aos diretores de serviço e chefias de enfermagem da área cirúrgica, Dra. Natacha Moreno de Oftalmologia, Dr. Luis Miguel de Ortopedia, Dr. Pratas Balhau de Cirurgia Geral, Dr. André Quinta de Urologia, Dra. Isabel Santos, Diretora do BO e de Anestesiologia, Coordenador da UCA, Dr. Alberto Magalhães e também às equipas de enfermagem do BO e UCA, sob a responsabilidade ao nível do CA do Sr. Enfermeiro Diretor, Enf. Joaquim Passos e do seu responsável mais direto, Enf Rui Gomes, que possibilitaram que esta realidade, nem sempre comum nos hospitais do SNS, tenha sido alcançada.
Em 2017, iniciamos um programa de cirurgia adicional aos sábados, nas especialidades de Ortopedia e Oftalmologia, o que permitiu melhorarmos ainda mais o acesso. E esta melhoria produziu aliás efeitos práticos evidentes. Por força da melhoria dos nossos indicadores cirúrgicos, nomeadamente da mediana de tempo de espera para cirurgia, passamos a estar em condições de receber doentes de outros hospitais, nas especialidades de ortopedia, cirurgia geral e oftalmologia. Embora isto se faça à nossa escala, necessariamente diminuta, não deixa, no entanto, de possuir para nós grande simbolismo, quando se procura melhorar o acesso dos utentes ao SNS, o facto de termos recebido recentemente dois utentes do Algarve, que optaram pelo Hospital Santa Maria Maior para serem intervencionados.
Os dados do 1º trimestre de 2018 do HSMM face ao período homologo de 2018, continuam a trazer ganhos de produção:
a) Aumento das primeiras consultas em 3,4 % e de 5,1 % no total de consultas externas.
b) Aumento de 24,6 % de cirurgias de ambulatório e de 13,1 % de cirurgias programadas.
c) Diminuição, ainda que ligeira dos episódios de urgência (-0,4 %), sendo o único hospital do grupo B onde se registou uma diminuição, o quem permitido também uma gestão mais adequada do internamento.
Aqui uma palavra de reconhecimento também para os responsáveis do SU e internamento médico, a Diretora do SU em exercício, Dra. Ana Ogando em substituição da Dra. Sofia Barroso, ausente por licença de maternidade, a Sra. Enfermeira Chefe do SU, Enf Conceição, o diretor do Serviço de Medicina Interna, Dr. Carlos Oliveira, a Diretora do Serviço de Pediatria, Dra. Goreti Lobarinhas e os Srs. Enfermeiros Responsáveis dos serviços de internamento, Enf. Carlos caldas, Enf Laurinda Miranda, Enf Fernanda Silva e Enf. Natália Paredes.
Uma palavra ainda de reconhecimento para nosso Diretor da Consulta Externa, Dr. Miguel Costa e a Enf. Responsável, a Sra. Enfermeira Luísa Albuquerque, pelo excelente contributo, nomeadamente na monitorização e alocação dos gabinetes da consulta externa, que tem contribuído para os ganhos de produção obtidos.
Temos naturalmente consciência de que teremos que continuar a percorrer, como sempre haveria, um caminho permanente de busca da eficiência, mas também da melhoria da qualidade dos cuidados de saúde prestados.
Não posso por isso deixar de referir também o trabalho das chefias e colaboradores dos serviços de suporte à prestação de cuidados e dos serviços de gestão e logística. Uma palavra também para a vogal do CA, Dra. Maria José Simões e às suas equipas, sempre atentos aos gastos e uso escrupuloso dos recursos financeiros disponíveis.
Mas era imperativo que os indicadores assistenciais e de gestão que já alcançamos fossem suportados em programas da qualidade reconhecidos por entidades externas independentes, que permitissem normalizar procedimentos e processos de trabalho, colocando o foco nos resultados e nos utentes.
Para isso, num hospital que não possuía qualquer tradição em projetos da qualidade, iniciamos em 2017 o processo de Acreditação dos Serviços de Bloco Operatório e UCA e de Patologia e Imunohemoterapia, no âmbito do programa “Acredita” da DGS, cuja conclusão está prevista para julho próximo.
Obrigado aos responsáveis dos serviços envolvidos, pela abertura e alinhamento demonstrado desde a primeira hora para estes projetos, Dra. Isabel Santos, Dr. Alberto Magalhães, Enf Rui Gomes, Enf Eugénia Pereira, Dr. Tadeu e Dra. Filomena Reis.
Temos também procurado e julgo que conseguido, participar e contribuir, à nossa escala, para a inovação do SNS. Isto, porque somos também profundamente abertos à inovação.
Assim, integramos como primeiro hospital piloto a nível nacional o Projeto VAI – Via de Acesso Integrado, na sua primeira fase, a referenciação dos utentes do hospital para os cuidados de saúde primários e que visa essencialmente promover a desmaterialização de processos, em colaboração com a direção do ACES Cávado III Barcelos/Esposende.
Participamos também nos projetos da SPMS de desmaterialização de processos e temos contado muito com o apoio do seu responsável máximo, o Prof. Henrique Martins, sendo por isso justo uma palavra de reconhecimento.
Participamos também desde a primeira hora no projeto SNS + Proximidade, um projeto estruturante para a inovação e melhoria do acesso dentro do Serviço Nacional de Saúde.
Dissemos de imediato que sim ao convite inicial formulado pelo Sr. Presidente da ARS Norte, Dr. Pimenta Marinho, a quem aproveito para agradecer a confiança que em nós depositou, para nos constituirmos, em conjunto com o ACES Cavado III Barcelos/Esposende como entidades piloto. Nesse âmbito, Hospital e ACES apresentaram uma candidatura conjunta ao Programa de Incentivo à Integração de Cuidados e à Valorização dos Percursos dos Utentes no Serviço Nacional de Saúde com o projeto, “Gestão Integrada do Percurso do Utente com Doença Aguda e Agudizações de Doença Crónica”. Este projeto, ficou classificado em 1º lugar a nível nacional, tendo assim ficado demonstradas a sua qualidade e inovação, sobretudo ao estabelecer novas abordagens para o percurso dos utentes dentro dos dois níveis de cuidados, privilegiando a proximidade e a simplificação dos circuitos.
Este projeto é aliás um bom exemplo da excelente articulação entre o Hospital Santa Maria Maior o ACES Cavado III Barcelos/Esposende. Trabalhamos genuinamente em parceria. É, pois, de inteira justiça salientar o trabalho de grande proximidade que têm realizado connosco, da sua Direção, a Diretora Executiva, Dra. Sofia Leal e o Presidente do Conselho Clínico e de Saúde, Dr. Fernando Ferreira, com quem mais de perto trabalhamos e aos quais saúdo, bem como o trabalho realizado pelas suas equipas.
Este projeto é também um excelente exemplo de articulação entre quem está no terreno, na sua operacionalização e os responsáveis a nível central pela sua conceção e execução. Cabe, pois, também deixar um profundo reconhecimento à Dra. Patrícia Barbosa, aqui presente, pelo estimulo, entusiasmo e confiança que sempre depositou nas nossas capacidades para a implementação deste projeto.
No âmbito do SNS + Proximidade, está já implementada desde janeiro a internalização das análises clinicas. Para isso, deslocamos diariamente um Técnico aos Centros de saúde para efetuar as colheitas, sendo as análises processadas no hospital e os resultados disponibilizados no sistema informático do médico de família. Com isto ganhou-se muito em proximidade para os utentes e simplificaram-se processos.
No âmbito deste projeto vamos também iniciar durante o próximo mês de maio a realização de espirometrias, num modelo quase análogo ao das análises clinicas. As espirometrias são realizadas nos centros de saúde por um técnico do Hospital, sendo a leitura efetuada pelos nossos pneumologistas e os resultados disponibilizados diretamente ao médico de família.
Ainda durante este mês de maio, no que é um dos subprojectos mais inovadores do SNS + Proximidade e cujo circuito dos utentes poderemos ver daqui a instantes, através de um pequeno vídeo, vamos iniciar a referenciação dos utentes considerados menos urgentes a partir do nosso SU para a consulta do dia do ACES, através das vagas disponibilizadas. Através de uma matriz informática já desenhada e depois da conclusão do Manual da Consulta Aberta pelos nossos colegas do ACES, vai ser possível aos utentes optarem por ser vistos pelo médico de família, em detrimento da continuação de cuidados dentro do SU. Mais uma vez aqui não posso deixar de sublinhar a profunda colaboração da Direção do ACES.
Estamos também a trabalhar na informatização da admissão dos nossos utentes, através da colocação de quiosques, onde se pode ver já um exemplar no átrio contiguo a esta sala.
Pode, pois, Sra. Secretária de Estado contar com o nosso empenho – Hospital e ACES, para o sucesso do SNS + Proximidade, nos projetos que nos dizem diretamente respeito, conscientes de que o que o nosso sucesso pode ajudar ao próprio sucesso do SNS + Proximidade a nível nacional.
Uma palavra também de apreço e de agradecimento profundos ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Miguel Costa Gomes e à sua equipa de vereadores, também aqui presente, pela disponibilidade permanente, sensibilidade e preocupação para os nossos problemas e pela colaboração que nos tem dado e que daqui alguns instantes será plasmada na assinatura de um protocolo de colaboração. Também não poderia deixar de referir, neste processo de instalação do equipamento de TAC, a ajuda que disponibilizou, através dos técnicos do município na realização dos estudos de requalificação dos espaços do Serviço de Urgência que estamos a efetuar. É sinónimo de um forte compromisso com a saúde dos cidadãos e responde a um principio que sei, Sr. Presidente da Câmara Municipal de Barcelos, que lhe é muito caro – o principio da cidadania, a pensar nos cidadãos e para os cidadãos.
Termino, afirmando, Sra. Secretária de Estado da saúde, que a tutela pode continuar a contar com o nosso esforço e empenho, que nada mais é do que a correspondência e prolongamento do esforço dos profissionais deste hospital, desde o esforço do colaborador mais antigo, o Assistente Operacional Adelino Costa até à colaboradora mais recente, a Assistente Operacional Elisabete Silva, que iniciou funções na segunda-feira transata.
É com eles que construímos esta nossa realidade e que projetamos o futuro, inseridos num SNS mais eficiente e capaz de responder às necessidades em saúde dos portugueses.
Muito obrigado”